Chuvas ácidas

A partir do início do processo de industrialização, na segunda metade do século XVIII, o homem passou a utilizar novos recursos naturais como fontes de energias. A queima de combustíveis fósseis como o carvão mineral e os derivados do petróleo figuram entre os principais responsáveis emissão de gases que provocam as chuvas ácidas. Objetivamos explicitar quais são os principais gases, as causas, as consequências, bem como as áreas de ocorrências das chuvas ácidas. Chuvas ácidas na Amazônia, são possíveis?

O carvão mineral tornou-se a principal fonte de energia desde o século XVIII. O petróleo, no século XX. Carvão e petróleo são fontes de energia (recursos naturais utilizados como combustíveis) de origem fósseis. Ainda que o primeiro tenha sido originado há
dezenas de milhões de anos antes e, que tenham formação e áreas de ocorrências distintas, a utilização de ambos como fontes de energias contribui decisivamente para inúmeros impactos ao meio ambiente em particular à atmosfera.

 A partir da segunda metade do século XVIII, quando na Inglaterra ocorreu a primeira revolução industrial, a atmosfera passou a receber, ininterruptamente, gases poluentes como o dióxido (SO2), e trióxido (SO3) de enxofre, dióxido de nitrogênio (NO2) ambos originados a partir da queima de combustíveis fósseis como o carvão mineral – principalmente fonte de energia após a invenção da máquina a vapor, marco da primeira revolução industrial e, do petróleo cuja utilização como fonte de energia constitui-se no principal referencial da segunda revolução industrial.


 Gases causadores das chuvas ácidas. O trióxido de enxofre “é um composto inorgânico, anidrido do ácido sulfúrico, representado pela fórmula química SO3,” (CARDOSO, 2012). Carvão mineral e petróleo e seus derivados são responsáveis por 90% da produção do trióxido de enxofre. 70% do dióxido de nitrogênio é proveniente de veículos automotores, (SENE, p. 153). Em contato com a água presente na atmosfera, esses gases dão origens a ácidos. O trióxido e dióxido de enxofre também dão origem ao ácido sulfúrico, enquanto o ácido nítrico é originado do dióxido de nitrogênio.

Esses gases em contato com a água e/ou precipitações (chuvas, neves, geadas) provocam a alteração do PH (o pH mede a acidez ou alcalinidade de uma substância) – o PH 1 indica o nível máximo de acidez, enquanto pH 11 indica o nível máximo de alcalinidade) inferior a 6, o que se denomina chuvas ácidas. O pH da água pura é 7. A chuva, naturalmente têm uma pequena acidez devido ao contato com o gás carbônico presente na atmosfera.

PH abaixo de 2,3 elimina totalmente a possibilidade de vida. Alguns alcalinos como o amoníaco, também são tóxicos e corrosivos. Mas os ácidos, embora existam ácidos inofensivos, geralmente são tóxicos e corrosivos. As consequências das chuvas ácidas são tamanhas: alteração de ecossistemas aquáticos, em casos extremos, destrói a flora e fauna aquática, fatos reais ocorridos tanto nos EUA, Canadá, como na Suécia; Destruição de florestas (floresta Negra e Alpina, na Alemanha, por exemplo) assim como lavouras, corrosão de edifícios e monumentos históricos,

Constitui-se no problema ambiental de abrangência local, regional e quiçá, global, isso porque a dinâmica atmosférica se encarrega de levar para áreas bem distantes, a centenas de quilômetros, das áreas onde a poluição é produzida.

No âmbito mundial, as regiões industrializadas do Reino Unido, França e Alemanha - na Europa e os Estados Unidos - América do Norte, são as maiores regiões emissoras dos gases responsáveis pela produção das chuvas ácidas, entretanto conforme dito, áreas bem longínquas são atingidas como na Suécia,  Escandinávia, o Canadá , e no caso brasileiro,  o Uruguai. Veja no mapa a seguir.

No Brasil, a região Centro-Sul é a que convive de perto com o problema, isso porque é nessa região que se concentra os grandes polos petroquímicos e zonas metalúrgicas como em Cubatão e grande são Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No sul da região, os principais responsáveis são as usinas termelétricas que utilizam o carvão mineral como combustível.

Nas décadas de 1980 e 1990, pontos de escarpas da Serra do Mar, foram impactados, ocasionando a morte da vegetação de pequeno porte, o que facilitou o desmatamento além do deslizamento de encostos, tudo isso ocasionado pela proximidade como o polo petroquímico siderúrgico de Cubatão. Entretanto a diminuição na emissão dos poluentes possibilitou a reconstituição da vegetação (SENE; MOREIRA, 2011.  p.194). A questão exige, portanto, rigor no controle da emissão de poluentes.   

Na Amazônia não há possibilidade de ocorrências  de chuvas ácidas das proporções citadas porque na região, nem em regiões "próximas" não existem grandes centros industriais que utilizam combustíveis fósseis como fonte de energia. 

 

Referências Bibliográficas (citadas e/ou consultadas)

CARDOSO, M. L. Trióxido de Enxofre. Disponível em www.infoescola.com (Acesso 18/08/12)

LUCCI, E. A. et al. Geografia Geral e do Brasil.- Ensino Médio. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005. (pp. 291-292).

MOREIRA. I.  O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2000. (p. 245).

SENE,  E de; MOREIRA, J. C. Geografia Geral e do Brasil – Espaço Geográfico e Globalização. Volume 1. São Paulo: Scipione, 2011.

 


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