A Cabanagem
Na
entrada rodoviária de Belém, capital do estado do Pará, um monumento projetado
por Oscar Niemayer, homenageia a Cabanagem. Mas o que foi a Cabanagem?
Trata-se de um
movimento popular ocorrido na província do Grão-Pará, na década de 1830, em que
populares, de fato, ainda que um breve período, alcançaram o poder. O termo
Cabanagem denota ao tipo de moradia da população carente paraense, seja da
periferia das cidades e/ou do interior da província.
A
Cabanagem é tida por muitos historiadores como uma das maiores revoluções
sociais do Brasil ou mesmo a maior. Mas todos os governos cabanos fizeram
questão de afirmar lealdade ao Reino do Brasil, então, é incorreto imputar à
Cabanagem o caráter de movimento separatista.
A
Cabanagem é tida por muitos historiadores como uma das maiores revoluções
sociais do Brasil ou mesmo a maior. Mas todos os governos cabanos fizeram
questão de afirmar lealdade ao Reino do Brasil, então, é incorreto imputar à
Cabanagem o caráter de movimento separatista.
Trata-se de uma, dentre várias ocorridas
no mesmo contexto no período Regencial do país. Para entender o que
ocorreu na província do Grão-Pará, que até então, compreendia os atuais estados
do Pará, Amazonas, Roraima e Amapá, é preciso analisar como se deu o processo
de Adesão do Pará ao Brasil.
Até 1823, quando o Grão-Pará se tornou
Brasil, a província tinha ligações diretas com Lisboa, não com o Rio de Janeiro.
O poder sempre foi exercido com mão de ferro pelos portugueses, enquanto indígenas,
tapuios (índios aculturados, não aldeados) e miscigenados eram submetidos à
extrema exploração, pobreza e miséria. Os sonhos de liberdade foram alimentados
com as ideias iluministas trazidas da Europa por estudantes provinciais.
O Espaço Urbano na Amazônia: Estratégias de Sobrevivências no Circuito Inferior
Agentes e práticas do circuito inferior da economia urbana. A economia urbana dos países subdesenvolvidos distingue-se da sua correspondente nos países desenvolvidos. Nos primeiros, a industrialização ocorre concomitante a um estágio tecnológico avançado aplicado ao processo produtivo. Os processos desencadeados pela industrialização nesses países, a exemplo da urbanização, somado à falta de autonomia na organização dos seus espaços, levou-os ao conhecimento de verdadeiros pontos de concentração populacional. A modernização tecnológica cria dois subsistemas da economia urbana nos países subdesenvolvidos: o circuito superior e o circuito inferior, o primeiro, com agentes estreitamente ligados ao Estado e atrelados ao que há de mais moderno organizacional e tecnologicamente falando; o segundo, ligado à tecnologia obsoleta, com pequena dimensão espacial, com poder de organizar o espaço apenas em escala micro, é receptáculo do contingente de pobres que chega à cidade e não consegue ingressar no circuito moderno. As cidades que historicamente se tornaram polos receberam uma massa populacional de baixa renda e com pouca qualificação com raras possibilidades de reproduzirem-se economicamente no circuito superior. Essa massa é o sustentáculo do circuito inferior. O espaço urbano da cidade de Belém durante mais de três séculos não ultrapassou a circunscrição da Primeira Légua Patrimonial.
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